UM DIFERENTE VOTO DE NATAL
Acho muito engraçado, e patético, quando a meninada posa de herói do “amor” livre. Que há de heróico em, feito puta, sair dando mais do que chuchu na serra? Depois de transar com 50, qual a grande coisa de chegar ao número 54.827, por exemplo? E é impressionante o que esse povo faz pra justificar o cio, transmutando, sabe-se lá por que meios alquímicos, uma convencional peiadinha em um ato de rebeldia revolucionária e, pasmem, ascensão espiritual!
Assim, no caldeirão doido dos bicho-grilo, Marx, Freud, Reich e Buda, são misturados, dando o pretexto que faltava: Promiscuidade ilumina!!! Pra provar que não estou exagerando, deixa eu transcrever pra vocês alguns trechos dos Anais da “Convenção Brasil Latino América, Congresso Brasileiro e Encontro Paranaense de Psicoterapias Corporais” que deve ter sido, desde o título, uma suruba de categoria!!![1].
Dona Liane Zink, no documento não diz a profissão da dita cuja, já no início do seu texto, declara com todas as letrinhas que
“A revolução sexual começou com Lilith e sua maçã à Eva, a sexualidade ficou conectada com a expulsão do paraíso e com a necessidade de esconder a nudez. Talvez esta procura pela volta à este paraíso acompanhe o ser humano até nossos dias. A procura do “Orgasmo Cósmico”.
Deve ser muito legal um “orgasmo cósmico”, mas, como disco voador, pedra filosofal ou fonte da eterna juventude, dedicar a vida à procura disto parece, repito, coisa de preguiçoso intelectual e desonesto moral, já que, sem dúvida, dar ares de erudição intelectual, protesto social e iluminação religiosa ao que, no final das contas, é o simples ato de enfiar um pinto em um buraco, é por demais pretensioso. Tomemos, ainda, a tosca referência cientifica, do texto de Dona Cleide Negri:
“A mente, a consciência é uniforme, mas não está atuando integralmente. Se soubéssemos ativar as áreas misteriosas da consciência, poderemos atingir o estado homogêneo da mente universal e atingir a percepção absoluta”(MOTOYAMA, 1993, PÁG. 03)
Lembram que falei de preguiça intelectual? Acho que esse povo tá precisando assistir umas aulinhas de metodologia científica, senão vejamos. O autor citado por Dona Cleide, e ela junto, não percebe a descabida identificação de mente com consciência. A mente é tão-somente consciência? Que quer dizer com “atuando integralmente”? O senhor Motoyama ligou algum “integralmetrômetro” em alguém e registrou os resultados?
Mas o que mais gosto é da parte esotérica que fala de “áreas misteriosas da consciência”. Em ciência, não se pode falar senão de fenômenos, repetíveis em condições de laboratório e hipóteses que os poderiam explicar; sendo assim, ou não podemos falar de “áreas misteriosas da consciência”, ou, se podemos, qual o mistério??? E quanto à hipótese absurda da “percepção absoluta”, lá no final daquele trecho? Algum vivente já teve uma “percepção absoluta”? A não ser que a senhora Cleide e o senhor Motoyama acreditem que através da fé nos chakras ou nas drogas (Stanislav Grof), a mente humana se iguale, por um momento, à de Deus em uma “percepção absoluta”; termo que, por sinal, é fenomenologicamente injustificado.
E, quanto a Marx como ingrediente do ensopado, remeto vocês, para exemplificar, ao Sumário nº 8 do Jornal da Juventude Revolucionária (http://www.pco.org.br/publicacoes/juventude/arquivo/08/sumario.htm) que indica a importância de Reich para a causa universitária (ops!) revolucionária :
“O capítulo, escrito em 1936 procura resumir de que maneira a economia sexual estabelece a relação entre a vida mental humana e a ordem econômico-social.”
Sabemos que o relativismo, desconstrucionismo, socialismo e congêneres, que a pretexto de se traduzirem em uma independência do cérebro “bem-pensante”, são, na verdade, os canhões e espadas contra o resultado de um processo histórico de desenvolvimento da consciência que, começando na Grécia, culminou com o advento do cristianismo, produzindo uma Moral contra a qual se esforçam em atacar como ultrapassada e reacionária, os porra-louca de esquerda.
Assim, meu incomum voto de natal aos inteligentes, esforçados e mais que meritórios buscadores incansáveis de um sentido de vida que não está à venda em manuais de auto-ajuda, nem em fórmulas fáceis e babacas da esquerda burra; guerreiros anônimos de uma batalha invisível; leitores deste blog; considerem-se, um a um, abraçados com o meu mais terno carinho, e rogo a Deus que nos abençoe com muita força, pois temos muita luta justa pela frente e acredito que a única coisa que importa será a pergunta, umazinha só, que nos fará o Senhor, no nosso dia: “Que fizeste com os talentos que te dei?” De todo meu coração, espero que mostremos uma vida que fez diferença nessa terrinha...
P.S.: Vou me dar alguns poucos dias de “férias” do bloguinho... Sabe como é... Festinhas e “mé” (rimou).
P.S. II: Muito mal comparando, porém verdadeiro: se no passado os cristãos eram jogados às feras, agora eles são expulsos de comunidades que, em tese, se destinariam a um debate democrático e não eliminariam ninguém por suas crenças. Ou forma de escrever, ácida, para acordar os dorminhocos... Do alto da sapiência dos seus 25 aninhos de vida, a “sábia” LuaAzul_ . (que bonitinha!) me defenestrou da comunidade “Psicologia”!
[1] http://www.centroreichiano.com.br/artigos/anais/Cleide%20Negri%20dos%20Santos.pdf ou http://www.centroreichiano.com.br/artigos/anais/Liane%20Zink.pdf
Tuesday, December 20, 2005
Sunday, December 11, 2005
NÁRNIA É AQUI?
Junguiano que é Junguiano, não pode ver uma lenda que vai logo “decifrando”. E dá-lhe amplificações mitológicas, históricas, folclóricas, filológicas, semânticas e por aí se vai... Não sabe, por exemplo, e tão-somente, assistir ao filme; aposta, se tiver um colega junto, quem é capaz de identificar mais arquétipos, e, daí, tenta antecipar o que vai acontecer em seguida. É um saco! - “Olha lá! Aquele é o ‘Velho Sábio’, tenho certeza que não acontece nada com ele! Só se rolar uma ‘morte-renascimento’ ou um sacrifício heróico.” “Eita! Pegou a espada! Simboliza o resgate do princípio patriarcal organizador!” “Tá vendo a poção mágica? Asseguro-te que se trata do elemento vivificante feminino! Não disse? Eu sabia que quem ia tê-la era a menininha!” E haja paciência pra aturar... E lá vou eu fazer o mesmo...
Mas, não posso perder a oportunidade de alfinetar o pessoal boboca lá do Congresso (vide posts anteriores); aquele mesmo que identificando moral com egoísmo, elabora uma proposta de terapêutica que redunda em um saco de gatos contrário a tudo que Jung já escreveu. Desafio qualquer um a me mostrar uma única linha do próprio punho de Jung que indique, muito ao contrário do que disseram os mencionados bobocas, que o objetivo da psicologia analítica é a produção da felicidade, antes, como já afirmei em outros lugares, é a Moral o fator efetivo na Psicologia Analítica.
É que o livro que deu origem ao filme As crônicas de Nárnia – O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa é, como toda grande fábula, a descrição de uma situação arquetípica Moral, que seja, o eterno conflito entre o Bem e o Mal. A cena inicial mostra Londres sendo bombardeada pelos alemães, o que realmente ocorreu, na Segunda Grande Guerra, e os quatro filhos de uma senhora inglesa – dois meninos e duas meninas – são enviados à casa de um tio, no interior do país. Lá, brincando de esconde-esconde, encontram um guarda-roupa que é o portal para a terra mística de Nárnia, onde a Feiticeira Branca reina, produzindo um terrível inverno que nunca acaba.
Já aí, notamos uma sincronicidade (acontecimentos sem uma origem comum, mas que se unem pelo significado) – a uma tragédia no mundo empírico, corresponde outra no mítico (ou espiritual). Os nazistas e a Feiticeira Branca são uma e mesma coisa, e toda a real população britânica é simbolizada pelos quatro jovens... Assim, entre uma cena e outra, a intrigante questão se apresenta às cabeças mais bem-pensantes: Será que à situação do meu mundo mental, corresponde outra, no mundo físico, ou vice-versa? Será – que terrível! – que como aqueles personagens, eu, resolvendo minha problemática pessoal, contribuo para a interdição de mensalões e mensalinhos? Que magnífica questão, esta! E creio que sim, a resposta é individual; não cabe à sociedade, este ente etéreo e amorfo, a última palavra sobre o desenvolvimento da humanidade, e isto bem ao contrário do que querem os apóstolos dos movimentos sociais[1]:
“Entretanto um teólogo disse-me: ‘Devemos chegar às massas. Se tentarmos tratar indivíduo por indivíduo, nunca chegáramos a coisa nenhuma!’ Eu respondi: ‘Como foi que o cristianismo conquistou o mundo, em primeiro lugar? Não foi sempre de indivíduo para indivíduo’?
E o nosso já tão conhecido e amado reformador Moral, Kant, também concorda que o Indivíduo seja a instância decisiva, no que tange ao progresso espiritual, em um texto que arrepia socialistas de todos os matizes e petistas revolucionários[2]:
“Por meio de uma revolução poderá talvez levar-se a cabo a queda do despotismo pessoal e da opressão gananciosa ou dominadora, mas nunca uma verdadeira reforma do modo de pensar. Novos preconceitos, justamente como os antigos, servirão de rédeas à grande massa destituída de pensamento.”
Não quero estragar o filme, contando-o todo, para quem ainda não viu. Digo, apenas, que em Nárnia não faltarão traições. Pelo bem de si mesmo (felicidade), haverá quem troque informações preciosas à Feiticeira Branca, por promessas de doces e poder. Haverá também culpa – primeiro passo na terapia analítica -, perdão, redenção e auto-sacrifício. Uma bela estória cristã, como cristão era seu autor... Hei! Por favor, o senhor (ou senhora) poderia me informar onde fica Nárnia?
[1] JUNG, Carl Gustav; C.G. Jung: Entrevistas e Encontros; São Paulo; Cultrix; 1982; pág. 401.
[2] KANT, Immanuel; A Paz Perpétua e outros Opúsculos; Lisboa; Edições 70; pág. 13.
Junguiano que é Junguiano, não pode ver uma lenda que vai logo “decifrando”. E dá-lhe amplificações mitológicas, históricas, folclóricas, filológicas, semânticas e por aí se vai... Não sabe, por exemplo, e tão-somente, assistir ao filme; aposta, se tiver um colega junto, quem é capaz de identificar mais arquétipos, e, daí, tenta antecipar o que vai acontecer em seguida. É um saco! - “Olha lá! Aquele é o ‘Velho Sábio’, tenho certeza que não acontece nada com ele! Só se rolar uma ‘morte-renascimento’ ou um sacrifício heróico.” “Eita! Pegou a espada! Simboliza o resgate do princípio patriarcal organizador!” “Tá vendo a poção mágica? Asseguro-te que se trata do elemento vivificante feminino! Não disse? Eu sabia que quem ia tê-la era a menininha!” E haja paciência pra aturar... E lá vou eu fazer o mesmo...
Mas, não posso perder a oportunidade de alfinetar o pessoal boboca lá do Congresso (vide posts anteriores); aquele mesmo que identificando moral com egoísmo, elabora uma proposta de terapêutica que redunda em um saco de gatos contrário a tudo que Jung já escreveu. Desafio qualquer um a me mostrar uma única linha do próprio punho de Jung que indique, muito ao contrário do que disseram os mencionados bobocas, que o objetivo da psicologia analítica é a produção da felicidade, antes, como já afirmei em outros lugares, é a Moral o fator efetivo na Psicologia Analítica.
É que o livro que deu origem ao filme As crônicas de Nárnia – O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa é, como toda grande fábula, a descrição de uma situação arquetípica Moral, que seja, o eterno conflito entre o Bem e o Mal. A cena inicial mostra Londres sendo bombardeada pelos alemães, o que realmente ocorreu, na Segunda Grande Guerra, e os quatro filhos de uma senhora inglesa – dois meninos e duas meninas – são enviados à casa de um tio, no interior do país. Lá, brincando de esconde-esconde, encontram um guarda-roupa que é o portal para a terra mística de Nárnia, onde a Feiticeira Branca reina, produzindo um terrível inverno que nunca acaba.
Já aí, notamos uma sincronicidade (acontecimentos sem uma origem comum, mas que se unem pelo significado) – a uma tragédia no mundo empírico, corresponde outra no mítico (ou espiritual). Os nazistas e a Feiticeira Branca são uma e mesma coisa, e toda a real população britânica é simbolizada pelos quatro jovens... Assim, entre uma cena e outra, a intrigante questão se apresenta às cabeças mais bem-pensantes: Será que à situação do meu mundo mental, corresponde outra, no mundo físico, ou vice-versa? Será – que terrível! – que como aqueles personagens, eu, resolvendo minha problemática pessoal, contribuo para a interdição de mensalões e mensalinhos? Que magnífica questão, esta! E creio que sim, a resposta é individual; não cabe à sociedade, este ente etéreo e amorfo, a última palavra sobre o desenvolvimento da humanidade, e isto bem ao contrário do que querem os apóstolos dos movimentos sociais[1]:
“Entretanto um teólogo disse-me: ‘Devemos chegar às massas. Se tentarmos tratar indivíduo por indivíduo, nunca chegáramos a coisa nenhuma!’ Eu respondi: ‘Como foi que o cristianismo conquistou o mundo, em primeiro lugar? Não foi sempre de indivíduo para indivíduo’?
E o nosso já tão conhecido e amado reformador Moral, Kant, também concorda que o Indivíduo seja a instância decisiva, no que tange ao progresso espiritual, em um texto que arrepia socialistas de todos os matizes e petistas revolucionários[2]:
“Por meio de uma revolução poderá talvez levar-se a cabo a queda do despotismo pessoal e da opressão gananciosa ou dominadora, mas nunca uma verdadeira reforma do modo de pensar. Novos preconceitos, justamente como os antigos, servirão de rédeas à grande massa destituída de pensamento.”
Não quero estragar o filme, contando-o todo, para quem ainda não viu. Digo, apenas, que em Nárnia não faltarão traições. Pelo bem de si mesmo (felicidade), haverá quem troque informações preciosas à Feiticeira Branca, por promessas de doces e poder. Haverá também culpa – primeiro passo na terapia analítica -, perdão, redenção e auto-sacrifício. Uma bela estória cristã, como cristão era seu autor... Hei! Por favor, o senhor (ou senhora) poderia me informar onde fica Nárnia?
[1] JUNG, Carl Gustav; C.G. Jung: Entrevistas e Encontros; São Paulo; Cultrix; 1982; pág. 401.
[2] KANT, Immanuel; A Paz Perpétua e outros Opúsculos; Lisboa; Edições 70; pág. 13.
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