Sunday, February 19, 2006

TERGIVERSANDO

Já disse em algum lugar que adjetivos e, muito principalmente, sua versão menos elegante e mais divertida – o xingamento -, pode ser mero palavreado vazio ou uma acurada descrição da realidade. Se alguém diz que sou um “filho da p...”, isso pode ser uma demonstração de que meu interlocutor está muito nervosinho e prestes a ter um treco ou uma verdade de fato. Parece que é o caso de André Petry, colunista desse folhetim esquerdista que é a revista “Veja”. Não que sua (dele,lá) mãe seja uma trabalhadora de uma das mais antigas profissões, mas acusando-o de desonesto intelectual ou mal-caráter confesso, cobro a mim mesmo o ônus da prova.
É que no seu artigo (dele, lá) o filho da mãe pretende demonstrar que a campanha do presidente – aquele que comemora um mês de abstinência alcoolquímica – não é a mesma; que a propaganda não é a mesma; que o partido não é o mesmo; que a esquerda não é a mesma; e, fantástico!, o candidato não é o mesmo (sic.)!!! Sendo assim, seu (de Lula, lá) recente bom resultado nas pesquisas deve ser encarado como uma generosa renovação (!) de um voto de confiança (sic.) Segundo este “sábio da Veja”, não cabe mais falar em “reeleição”, já que tudo renascido pela água e pelo espírito, novinho em folha, comemora-se agora a possibilidade da “eleição” (sic.) do supremo apedeuta. Então pergunto: seu (do Petry, lá) grande argumento é que o petismo está “novo” e dignificado tão-somente pelo critério da novidade, merece, agora, nossa atenção? Esqueçamos, então, a maior e mais bem documentada roubalheira que este país já presenciou! Todos mensalões, mensalinhos, cuecões, Land-Rovers, caixas-dois, valeriodutos, Dudas e por aí se vai...
Esse babaca do Petry pensa mesmo que a gente é tão burro assim, pra acreditar na “novidade”? Que os petistas estão miraculosamente redimidos e convertidos à vontade do Senhor? Ou, esquizofrênico e confundido seus desejos com a realidade, escreve qualquer porcaria, confiado que a “Veja” não pede atestado de sanidade mental aos seus empregados nem lê seus (deles, lá) textos?
Não se enganem, a esquerda usa o canto de sereia da boa vontade para nos conduzir ao inferno, e a ela própria ao paraíso dos cofres das estatais. É que ainda não se atinou para a importância que a filosofia, consciente ou inconsciente abraçada por revolucionários de todos matizes, traz para sua prática. Estude-se com cuidado seu pensamento e se verá que, inexoravelmente, a esquerda leva ao abismo moral e econômico.
Nunca tantas ONG´s, ONUs, USAID´s, governos diversos, cantores e atrizes estiveram tão preocupados com o problema da fome no mundo. Exceção à minha pessoa, sei que beleza e inteligência insistem em seu divórcio. Entretanto, a despeito de sua culpa social burguesa que lhe faz tão charmosa, não recusaria à Angelina Jolie, um lugar na mesa de negociações. No meu colo, preferencialmente. Assim, apesar dos 2,3 trilhões de dólares gastos nos últimos 50 anos[1], os projetos do tipo “Fome Zero” teimam em não funcionar. É que é preciso ser gênio pra perceber o óbvio: sobras não ajudam, economia crescendo, ajuda. Desde os anos 90 a China apresenta crescimento médio anual de 11% do PIB, o que fez reduzir a pobreza, naquele país, em 35%. No Chile, o índice de 6% ao ano, em média, diminuiu a quantidade de pobres em 50%. Já Lula lá, prefere os trocadinhos africanos à dinheirama americana. E quem se lasca somos nós!

Falei do abismo econômico, o Moral fica pra quando eu parar de pensar na boca da Angelina...



[1] Revista EXAME; edição 860; 1º de fevereiro de 2006; Abril; pág. 92.