Por que você não cala sua boca, Lula?
Por meio do youtube, o ocorrido durante a 17ª Conferência da Cúpula Ibero-Americana correu o mundo: Hugo Chavez não deixava o primeiro ministro espanhol falar, interrompendo-o a todo instante. O até então discretíssimo rei Juan Carlos I, tomado da fúria dos justos, passou-lhe um pito público – “Por que não te calas?”. O representante da Ditadura de Bananas assustou-se. Logo em seguida, entretanto, lembrou que tinha levado sua claque particular – o terrorista Daniel Ortega e o índio ladrão Evo Morales e, novamente cheio de coragem, retomou os xingamentos...
A anta de Garanhuns – e olha que sou de lá – e aprendiz do feiticeiro venezuelano, balbuciando algo parecido com a língua portuguesa, saiu logo em defesa do ídolo: "Podem criticar o Chávez por qualquer outra coisa, inventam uma coisa para criticar agora; por falta de democracia na Venezuela, não é".
Sei que é difícil traduzir o que vai pela cabeça da anta, mas creio que ela está tentando dizer que a Venezuela é um paraíso democrático. Ao presidente de Guiné-Bissau, João Bernardo Nino Vieira, Lula confidenciou que "Democracia é assim: a gente submete aquilo que acredita, o povo decide e a gente acata o resultado. Se não, não é democracia", disse, acrescentando ainda que na Venezuela, ressaltou, já houve três referendos, três eleições e quatro plebiscitos.
Nunca é demais lembrar que Hitler foi eleito. Aclamações também não faltaram a Mussolini, Stálin, Ho Chi Mim, Mao Tse-Tung e Fidel Castro. O povo, também, preferiu Barrabás... Nada contra a soberania do sufrágio universal, mas a democracia é tão frágil que pode ser usada, inclusive, para destruir a democracia. E causa preocupação ver os olhos brilhantes da anta, observando as manobras totalitárias do seu mestre Chàvez, como a antecipar um sucesso que também deseja pra si.
Ela, a anta, não quer perceber que democracia não é a quantidade de eleições que se faz, antes, é a garantia da efetiva possibilidade da mudança do governante. A urna é o final de um caminho que começa com uma imprensa desamarrada e uma oposição atuante. Debate de idéias e respeito à legalidade constitucional. E, muito principalmente, como dito antes, respeito ao princípio de alternância do poder.
Nada disso é caro ao Chàvez. Nada disso é caro ao PT. Então, antes que durmamos numa democracia e acordemos em uma ditadura, alguém tem que, urgentemente, como o rei Juan Carlos, gritar: “Por que você não cala sua boca, anta?”
Monday, November 19, 2007
Monday, October 15, 2007
Santa Tereza D'Ávila e Maria
Não entendo por que ninguém fala em Maria... De todas as resenhas que li do “Tropa de Elite”, uma sequer, toca no seu nominho que, nela, não é tão santo. Maria lê Foucault – quando o professor manda - e, o filme não mostra, mas adornando sua estante estão Simone de Beauvoir, Leonardo Boff e Marx. Não tem tido muito tempo pra eles, afinal os artigos de “Nova” sobre “Como fazer seu homem dar o prazer que você merece” e outros bem parecidos, são sua prioridade, embora ela negue.
Ao lado estão os cd´s. A coleção “vozes do mundo”, Enya, Bob Marley e Manu Chau. Atrás deles e – curiosamente - próximo ao Bhagavad-Gita, o potinho de erva. Na parede, sob uma faixa do Greenpeace, o retrato de Che, rodeado dos bichinhos de pelúcia da Disney, fica um pouco mais patético. O guarda-roupa, hippie de boutique. As mensalidades do seu curso de Direito, em uma das melhores Universidades do Rio de Janeiro, são pagas com o dinheiro capitalista sujo do pai, que também subsidia sua rebeldia revolucionária festiva.
Deve-se desconfiar, até, de seu amor pelo aspirante Matias. Afinal, os grupos de “ações afirmativas” cultivam com carinho a mitologia jornalística que lhes dá o pão de cada dia: do negro oprimido por nossa sociedade racista. Assim, nada melhor para Maria que namorar um afro-brasileiro-negão para demonstrar sua solidariedade inter-racial, não é mesmo?
Maria, claro, não quer ser apenas mais um rostinho bonito. Quer se olhar no espelho e ver uma alma bela, mesmo o corpo vestindo – talvez envergonhadamente – um Daslu. Então, cheia de boas intenções, vai trabalhar pra uma Ong em pleno morro, aceitando a chefia do tráfico e financiado com seu tempo e nariz a moral enviesada do esquerdismo bandido. Roubar, traficar, matar? “Pobre pode tudo” em nome da “justiça social”. Maria quis esquecer, propositalmente, que honestidade e vergonha na cara independem de classe social.
Muitas Marias, burguesas néscias como todas Marias, foram assistir ao “Tropa de Elite”. Esquizofrênicas, não se viram no espelho. A amiga de Maria, depois de puxar um baseado, tem a trepadinha – na sala da Ong – interrompida por um marginal que vai matá-la. Bem merecido! Poucas vezes foi tão verdadeiro, quanto no filme, que “a estrada para o inferno está pavimentada de boas intenções”. E muita burrice!
Não entendo por que ninguém fala em Maria... De todas as resenhas que li do “Tropa de Elite”, uma sequer, toca no seu nominho que, nela, não é tão santo. Maria lê Foucault – quando o professor manda - e, o filme não mostra, mas adornando sua estante estão Simone de Beauvoir, Leonardo Boff e Marx. Não tem tido muito tempo pra eles, afinal os artigos de “Nova” sobre “Como fazer seu homem dar o prazer que você merece” e outros bem parecidos, são sua prioridade, embora ela negue.
Ao lado estão os cd´s. A coleção “vozes do mundo”, Enya, Bob Marley e Manu Chau. Atrás deles e – curiosamente - próximo ao Bhagavad-Gita, o potinho de erva. Na parede, sob uma faixa do Greenpeace, o retrato de Che, rodeado dos bichinhos de pelúcia da Disney, fica um pouco mais patético. O guarda-roupa, hippie de boutique. As mensalidades do seu curso de Direito, em uma das melhores Universidades do Rio de Janeiro, são pagas com o dinheiro capitalista sujo do pai, que também subsidia sua rebeldia revolucionária festiva.
Deve-se desconfiar, até, de seu amor pelo aspirante Matias. Afinal, os grupos de “ações afirmativas” cultivam com carinho a mitologia jornalística que lhes dá o pão de cada dia: do negro oprimido por nossa sociedade racista. Assim, nada melhor para Maria que namorar um afro-brasileiro-negão para demonstrar sua solidariedade inter-racial, não é mesmo?
Maria, claro, não quer ser apenas mais um rostinho bonito. Quer se olhar no espelho e ver uma alma bela, mesmo o corpo vestindo – talvez envergonhadamente – um Daslu. Então, cheia de boas intenções, vai trabalhar pra uma Ong em pleno morro, aceitando a chefia do tráfico e financiado com seu tempo e nariz a moral enviesada do esquerdismo bandido. Roubar, traficar, matar? “Pobre pode tudo” em nome da “justiça social”. Maria quis esquecer, propositalmente, que honestidade e vergonha na cara independem de classe social.
Muitas Marias, burguesas néscias como todas Marias, foram assistir ao “Tropa de Elite”. Esquizofrênicas, não se viram no espelho. A amiga de Maria, depois de puxar um baseado, tem a trepadinha – na sala da Ong – interrompida por um marginal que vai matá-la. Bem merecido! Poucas vezes foi tão verdadeiro, quanto no filme, que “a estrada para o inferno está pavimentada de boas intenções”. E muita burrice!
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