Saturday, January 07, 2006

GÊNESE DE UM ESQUERDISTA


Eu sempre quis saber se existe um gene petista, ou esquerdista, dormente em cada um, somente à espera da situação ideal que irá despertá-lo, tal como um semi-analfabeto candidatando-se à presidência da república, por exemplo. Senão, como explicar o populacho que foi em procissão à Brasília, reverenciar o messias que o levaria à nova Canaã, a um tempo de paz e prosperidade jamais vistas?
Após longa pesquisa teórica e de campo, entrevistei patricinhas e mauricinhos que, obedecendo a seu ancestral instinto gregário, reúnem-se, os mais pacíficos, em rodinhas de violão, e os mais agressivos, participam sempre de intimidantes grupos maiores, com os rostos pintados para a batalha quando, ao som de Elba Ramalho, Wanessa Camargo e Leonardo, prometem, com toda a força de seus pulmões, “mudar a situação que aí está”. Com oportunidade de acasalamento em toda esquina, e chapados de álcool e fumo, dão a este evento dionisíaco o nome de “comício”; pretendem, também, que se reconheça na festa, o caráter de protesto social, o que achei um tanto contraditório...
São facilmente identificáveis os fatores pelos quais a burguesada vota no PT e congêneres. À primeira vista, soa estranho que os quase e os bem-nascidos, teoricamente propensos a manter o status quo que em tese os beneficiaria, votem contra sua própria classe social. Mas é preciso daquela fé cega que os levou e ao seu profeta ao Planalto, e uma burrice ímpar, para acreditar no conceito marxista de “luta de classes”. Afinal, como disse alguém, “socialismo é um sistema que só funciona no Céu, onde não se precisa dele, e no Inferno, onde ele já existe”.
O primeiro destes fatores é uma religiosidade tosca (!). Explico-me. O fulano cansou da boa e velha virtude da caridade. Acha ela muito morosa e ineficaz. Desistiu de ajudar pessoalmente, um a um, os carentes que se lhe aparecem e, ingênuo e impaciente, toma para si a tarefa de reformar a sociedade em benefício dos pobres e necessitados, assim poderia ajudar a todos de uma vez só. Crente, crê estar fazendo a vontade de Deus; ateu, acredita-se a própria divindade.
O segundo é a burrice. Que tanto pode ser uma cegueira intelectual patológica como uma preguiça mental dos diabos. Uma pergunta, simplesmente não é feita pelos que se contentam com as respostas da mídia e academia que são, todas elas, salvo honrosas e raras exceções, esquerdistas – Que faz os países ricos serem ricos e os pobres serem pobres? A coragem de se fazer e estudar esta questão, admitindo as conseqüências de suas respostas é o que se traduz por honestidade intelectual, que implicará em uma firme tomada de posição política perante a situação em que se encontra nosso país e o mundo todo.
O ser humano não é essencialmente bom, apesar do que afirmam os mais inocentes. Engenharia social alguma mudará isso, no máximo, como já acontece, sob o pretexto de garantir a tal da “igualdade social”, criará outras classes de privilegiados. Pena que bem poucos atentem para o fato que o “politicamente correto” já está criando instituições que atribuem injustas vantagens a alguns, como o regime de cotas raciais, por exemplo. Se o próprio IBGE já constatou que a proporção entre a população se repete nas universidades, então se entende que o falso problema foi criado por Lula e Ong´s do tipo “Fala Preta” para justificar, no final das contas, os muitos benefícios que, com toda certeza, ainda irão exigir, e, não esqueçamos, o dinheiro que recebem.
Que os países capitalistas deram certo e os socialistas afundaram, já é óbvio. Entretanto, isso não é garantia de que não vão fazer experiências econômicas às nossas custas. Pra quem não se recorda, o nosso país já foi mais socialista do que agora – lembram-se do Plano Cruzado e seu tabelamento de preços? Resultado: prateleiras de mercadorias vazias. O capitalismo, lastreado em seu axioma fundamental de liberdade de trocas econômicas e de pensamento, segue sendo o meio mais eficaz de produção e distribuição de riqueza. De memória muito curta, o povo esquece da era pré-Collor, antes da abertura, onde nossos carros eram carroças e os produtos nacionais, caros e sem qualidade, não tinham a concorrência dos importados, sendo a economia controlada pelo estado. Hoje, apesar da ex-terrorista Ministra das Comunicações, telefone é barato; perguntem aos seus pais quanto custava uma linha e quanto tempo demorava até sua instalação...
P.S.: Coincidentemente, vejo na TV, Fernanda Tavares, que só poderia ser modelo, como um belo exemplo daquela classe média com um bocó complexo de culpa social, chorar horrorizada, o que para ela deve ser um secreto indicativo de superioridade espiritual, ao ver beltrano usando um casaco de pele, ao mesmo tempo em que se orgulha de participar do programa “Fome Zero”, aquele mesmo que, criado por Betinhos, Lulas et caterva, foi desmoralizado pelos dados mais recentes do IBGE (http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=3211)

4 comments:

Anonymous said...

nem me fale... andei brigando com uma amiga esquerdista... tá feia a coisa...

ué? dados do ibge? valem nada não! os petistas têm a celébre virtude de conseguir negar toda e qualquer realidade! depois q descobriu-se que a tal da fome não existia, inventaram uma tal "fome gorda". A genial sacada foi: falta alimentação de qualidade. Se é assim, tb tou precisando de um auxiliozinho do Estado: como moro sozinho, tenho comido mto mal (vivendo de lanches, às vezes pedindo comida chinesa q é só proteína animal --ou dez amendoinzinhos no frango xadrez mudam o quadro?). Vou me cadastrar no bolsa alguma coisa já!

e só mais um comentariozinho: não tenho certeza de que é contra seus interesses q ele agem não. Dos esquerdistas que conheço, a maioria são filhos de gente que ocupa altos cargos no serviço público... E 99,99% não querem fazer outra coisa da vida senão ingressar no serviço público logo que se formarem. Estado grande garantirá a sobrevivência deles...

Rodrigo Braga Alonso said...

Ainda acho que esquerdistas, num geral, têm boa intenção, são simplesmente apressados em suas conclusões.
Eles vêm em um cara mendigando e um rico na mesma rua, a resposta é óbvia: "Tira dinheiro do rico e dá pro mendigo e fica tudo bem".
Indo na sua idéia de que eles querem fazer uma "caridadezona", social-democracia é exatamente isso: caridade com dinheiro dos outros.
Outra coisa é que vivemos num capitalismo de mentirinha, onde os governos controlam o mercado através de instituições como FMI e OMC.
O NAFTA tem mais de 1000 páginas de regulamentação, livre comércio não precisa de 1000 páginas de regulamentação, livre comércio precisa simplesmente que eu compre e você venda ou vice-versa.
Essas coisas todas acabam criando um sistema bem mais injusto do que seria se fosse simplesmente livre comércio, pois contratos comerciais se baseiam na cooperação enquanto regulamentações governamentais se baseiam na violência, vendo por esse lado eu até entendo expressões do tipo "capitalismo selvagem".
Os esquerdistas vêem a injustiça, mas propõem como solução:
1 - Dar mais poder ao orgão violento que causa a injustiça.
2 - Substituir esse orgão violento por outro mais violento ainda dando a este poder completo para transformar a sociedade em um triste espelho dos ideais de burocratas guerrilheiros e economistas defuntos.

Sendo assim, eu sinceramente acredito que eles estão incomodados com a situação e eu pessoalmente fico horrorizado ao ver beltrano com um casado de pele, entretanto substituir cooperação por violência raramente se mostra um método eficiente de resolver esse tipo de problema.

Anonymous said...

Ótimo texto Bosco! Devia estar no Mídia Sem Máscara!!

Anonymous said...

Parabéns pelo blog, Bosco. Já está adicionado aos meus Favoritos.
Um gde abraço.